Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

sábado, 13 de outubro de 2012

O síndroma de Ali Babá


 Drº Reis Torgal com S.A.R. a Senhora Dona Isabel de Bragança
2.ª Carta Aberta ao Senhor 1.º Ministro, com Cópia directa ao Senhor Ministro das Finanças, ao Venerando Chefe Estado e Líderes Parlamentares dos Partidos com assento na Assembleia da República e, hoje, ao Senhor Presidente do Tribunal Constitucional.
Em tempo, em Carta Aberta, indignei-me pelo ROUBO que V.ª Ex.ª ordenou da poupança para a Reforma, que confiei ao Estado, que, como pessoa de bem que se pressupõe ter de ser, sempre a respeitou. V.ª Ex.ª, vivendo e colhendo das JJ, faltou ao respeito ao trabalho e à Constituição, que me garantia ter de ser V.ª Ex.ª, como Governo, pessoa de Bem. Não foi. Não é. Fiel depositário, meteu mão no alheio, coisa que só o desgoverno do “Zé que fugiu” ousara fazer, roubando menos. Obviando o “não leio jornais”, foi em Correio. Designei-a A Arte de Furtar, preterindo “…e os 40 ladrões” por irem muito além os contados. Uso hoje, aportuguesado, “El síndrome de Alí Babá De cómo corruptos y sinvergüenzas acaban yéndose de rositas” de M.ª Ángeles López de Celis. Revela as “quadrilhas que com a maior desvergonha e impunidade andam há anos a esta parte comprometendo a honra da Nação.” Na Carta, acrescia que V.ª Ex.ª cometera a vil indignidade de roubar o Sonho e o Viver presente e futuro a um “velho” de 80 anos.
V.ª Ex.ª, com a habitual sobranceria, caso dela não fez, pois, como diz um Amigo, nem aonde Cabrone mandou os Ingleses V.ª Ex.ª me mandou. Aliás, o proceder de V,ª Ex,ª foi lamentavelmente imitado pelos demais com a excepção de Os Verdes e do Bloco. Do venerando Chefe de Estado não esperava outra coisa. Sem o nível da saudosa Ivone Silva, vai no preto do nunca me comprometo. Do CDS, onde pensei mitigar o absolutismo de V.ª Ex.ª, nicles também. PSD, claro, nem novas nem mandados. Do PS nada, comprometido que está com o estado a que isto chegou. Não tem força moral. Sem repudiar os desmandos do Governo socretino, carece de legitimidade e credibilidade. Do PCP não esperava o silêncio. Quanto a V.ª Ex.ª, entendo a cabroneana economia. V.ª Ex.ª precisava de Toda ela para mandar os Portugueses no discurso com que vilmente os insultou. Vejo hoje que com perverso calculismo.
V.ª Ex.ª anunciou uma TSU paga pelos trabalhadores. Sabia que o país e os empresários “ignorantes” rejeitá-la-iam. Capeava assim um pseudo recuo e o aumento brutal de impostos, que tinha na manga. A plástica desintervenção do Chefe de Estado permite-o, tal como a cumplicidade do CDS, Partido do Contribuinte, ao arrepio da garantia de não mais impostos, como se lê na Carta ao Militante com que um, fiel, procurou sossegar a minha inquietação. A passividade inquieta, mas incapaz, dos partidos da oposição, onde o PS não cabe, pelas razões apontadas, não leva a nada. Ultrajando o POVO, V.ª Ex.ª foi colher autorização e só depois o confrontou com novo desmando. Com o novo IRS, sobretaxas antecipadas e roubo ilegal dos depósitos que os Reformados e Pensionistas lhe haviam confiado (Não será crime inconstitucional, que roubo é, Senhores Juízes do Tribunal Supremo?) V.ª Ex.ª arrasa mais ainda o que restava do Sonho dos “velhos”, agora pesadelos. Tudo ao invés das promessas eleitorais, pelo que o governo não tem a legitimidade que a Deputada Teresa, eco de V.ª Ex.ª, evoca, conjugada com a ridiculez a despropósito do Muro de Berlim. Os factos, que lembro, Senhora Deputada e Senhor Primeiro Ministro, falam por si em palavras Vossas: “Não podemos aumentar esta receita aumentando mais os impostos, porque de cada vez que tivemos um problema de finanças públicas em Portugal, a receita foi sempre a de pôr as famílias e as empresas a pagar mais impostos. Não faz sentido estar a pedir às pessoas, às famílias portuguesas, para pagarem mais a crise, enquanto o Estado atribui milhões aos gestores públicos.” V.ª Ex.ª, longe de Portugal, em Malta, tentou torpe imitação do Discurso de Salazar, na Sala do Risco: “Sei o que quero e para onde vou!”. Virando-se para a malta, pôs ênfase no plural majestático e atirou: “Nós sabemos para onde vamos”. Nós também sabemos que V.ª Ex.ª sabe que nós sabemos (lembra-se, Dr. Paulo Portas?) que V.ª Ex.ª, incapaz de parar o desemprego (pelo menos mais 40 mil sem trabalho), melhorar a Saúde (dezenas passando a noite à porta dos Centros de Saúde para não serem atendidos) e a Educação (professores lançados no desemprego, interior desertificado, sem Escolas, para satisfazer vaidades em anti-pedagógico mega-Centros Escolares), desinvestindo na Segurança (nem mais um – para as forças policiais), desacreditando a Justiça para fazer vingar as ideias da Ministra, desertificando ainda mais o interior; promovendo a recessão, pelo sem dinheiro das gentes e um estúpido IVA de 23 % nos Restaurantes e similares e portagens nas SCUT, já atingiu o objectivo. Fez de PORTUGAL, País pobre, um país de POBRES! Pobre país! Pobres de nós! 
Fraternalmente
Gonçalo Reis Torgal
Jornal "Diário do Minho" de 12 de Outubro, pág. 20

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